TDAH: o que é e como tratar?

TDAH, sigla para Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, é, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), um distúrbio neurobiológico crônico, de causas genéticas, que aparece na infância e costuma acompanhar o indivíduo por toda a sua vida.
Ainda de acordo com a Associação, ele se configura por sintomas como desatenção, inquietude e impulsividade e afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar, sendo mais predominante nas do sexo masculino.
A dificuldade para manter a concentração nas atividades sugeridas e a inquietação típicas da síndrome tendem a atrapalhar o rendimento escolar, além de gerar estereótipos que não condizem com o potencial psicopedagógico dessas crianças.
A história do TDAH conta que, na literatura médica, ele foi inicialmente considerado um defeito do controle moral. Surgiu no século XIX, mais especificamente no King´s College Hospital, tendo o pediatra britânico George Still como ponto de partida para o atual conceito da doença.
Neste artigo, você entenderá melhor o que é o TDAH, quais são suas causas, seus sintomas e como tratá-lo. Continue a leitura!
O que causa o TDAH?
Pesquisas indicam predisposição genética e alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina), os quais estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro, como as causas basilares do TDAH.
Uns estudos ainda apontam para fatores ambientais, enquanto outros revelam a prevalência do transtorno em regiões diversas, sugerindo que ele pode estar sujeito a fatores culturais ou a conflitos psicológicos. Não há, contudo, unanimidade acerca do tema.
Conheça, a seguir, as causas específicas definidas como principais por médicos e estudiosos do assunto e entenda um pouco mais sobre TDAH.
- Genética
Embora a intensidade dos problemas enfrentados pelos indivíduos com TDAH varie conforme suas experiências de vida, está evidente que a genética é o fator central na determinação do aparecimento dos primeiros sintomas do transtorno.
As pessoas com TDAH aparentam ter sofrido mudanças na região frontal, uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação a outros animais e responsável pela inibição do comportamento, ou seja, por controlar ou impedir comportamentos inadequados.
Um estudo publicado na revista científica Neuropsychiatric Disease and Treatment constatou em uma amostra com 79 crianças com TDAH que 41,3% tinham mães com TDAH e 51% tinham pais com TDAH.
Outro estudo feito em 2014 avaliou 59,51 gêmeos e constatou que a heritabilidade do TDAH era de 88%. “Uma vez que irmãos também compartilham um ambiente social […], isso por si só não prova causa genética, mas potenciais causas ambientais compartilhadas”, diz Robert King, professor emérito e pesquisador sênior no Child Study Center da Universidade de Yale.
- Atribulações familiares
Algumas teorias propõem que atribulações familiares, como discórdia conjugal, nível instrucional materno ou paterno baixo e famílias com apenas um dos pais poderiam ser a causa do TDAH nas crianças.
Estudos recentes vêm, entretanto, refutando tal possibilidade. Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não o causar.
- Substâncias ingeridas na gravidez
Substâncias como a nicotina e o álcool, quando consumidos durante a gravidez, podem originar mudanças em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo a região frontal orbital, comentado no tópico sobre genética.
Por isso também a importância da primeira consulta com o pediatra e de um acompanhamento assíduo com esse médico especialista para que ele possa analisar a saúde e o desenvolvimento da criança desde os seus primeiros dias de nascimento.
- Outras causas possíveis
Outras causas já foram apontadas, mas depois rejeitadas, como fatores para o surgimento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. São elas:
- aspartame, aditivo alimentar criado em 1965 pela empresa americana D. Searle & Company para substituir o açúcar comum;
- disfunção hormonal, que significa o aumento ou diminuição da produção de hormônios relacionados ao metabolismo ou à reprodução; e
- avitaminose ou hipovitaminose, ou seja, a deficiência vitamínica, que diz respeito às doenças reflexo da falta de vitaminas no corpo.
Apesar de todo o mito em cima delas, todas essas possíveis causas foram investigadas cientificamente e igualmente desacreditadas.
Quais os sintomas do TDAH?
Desatenção e hiperatividade são os sintomas mais comuns do TDAH. Essas características refletem negativamente no convívio social e familiar e afetam o desempenho escolar ou profissional dos indivíduos que possuem o transtorno.
Quando a desatenção se sobressai, os pacientes demonstram dificuldade para se concentrar, organizar tarefas ou concluir uma que já estava em andamento. São pessoas que se distraem com facilidade e esquecem com frequência o que tinham para fazer.
Já nos casos em que predomina a hiperatividade, as pessoas com TDAH são agitadas e falam bastante. Dificilmente conseguem participar de atividades mais ociosas ou se manter em silêncio durante brincadeiras ou execução de trabalhos.
Como tratar o TDAH?
Antes de falar sobre o tratamento em si, é importante saber que o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é feito por um médico especialista, sem que sejam precisos exames como a ressonância magnética ou o eletroencefalograma. Em casos específicos, será solicitada uma avaliação neuropsicológica da criança.
O tratamento, por sua vez, consiste, resumidamente, em psicoterapia e na prescrição de metilfenidato (ritalina), um fármaco estimulante leve do sistema nervoso central.
Crianças e adolescente podem precisar dos cuidados de uma equipe multidisciplinar, tratamento mais utilizado para cuidar de pessoas com TDAH nas fases há pouco citadas.
Os efeitos positivos da medicação se revelam em poucas semanas e as reações contrárias – a exemplo de insônia, falta de apetite e dor de cabeça – são leves e acontecem no começo do tratamento, momento em que o organismo ainda não desenvolveu tolerância às drogas.
Considerações finais
Diante de tudo que foi exposto, compreende-se que o TDAH deve ser tratado com o devido acompanhamento clínico, familiar e pedagógico.
É necessário entender as necessidades do indivíduo acometido por esse transtorno para acolhê-lo com suas singularidades, fazendo com que ele se sinta compreendido e respeitado. Isso o contribuirá para o seu progresso durante o tratamento.
Se você conhece alguém que pareça ter TDAH ou se reconheceu ao ler este artigo, identificando-se com os sintomas, é imprescindível que busque a ajuda de um profissional especializado, como é o caso de um psicólogo.
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